terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Mário Luso

Na década de 1970, até aos meus 10 anos de idade, recordo-me de frequentar com alguma assiduidade três restaurantes: o Mucaba, ao fundo da Avenida da República em Gaia, o Mário Luso, nos Carvalhos e o Tanoeiro, em Vila Nova de Famalicão. Mais esporadicamente, a Cervejaria Galiza no Campo Alegre e o conhecido duo da Nacional 1: Rampinha e Cantinho.

O Mucaba, ao qual nunca voltei, já não existe. Ao Rampinha, só regressei novamente este ano: o Bacalhau à Liberdade pareceu-me o mesmo de sempre, mas o ambiente e o serviço são sofríveis. A Galiza já não faz parte dos meus itinerários (prefiro o Capa Negra, mais acima) e a Famalicão já não vou mesmo há muito tempo. Quanto ao Cantinho, sei que ainda lá está, foi remodelado, mas não faço ideia das alegrias ou tristezas que proporciona aos comensais.

No Domingo, seguindo talvez um qualquer impulso nostálgico, convenci a família a ir ao Mário Luso. O ambiente continua acolhedor e confortável, com duas salas muito bem decoradas e uma atenção permanente da anfitriã D. Arménia (julgo que é filha do fundador). Não esperem encontrar carrés, confitados, parfaits, risottos, carpacios, crocantes e outros que tais. A ementa é do mais tradicional que se possa imaginar: Papas de Sarrabulho, Filetes de Pescada com Salada Russa, Rojões, Tripas, Cabritinho…. Provei as papas (sem reparo), e os rojões, tenros, deliciosos, quentes, com batatinha assada e um arroz seco de chorar por mais.

Confesso que ia com o receio de encontrar um local parado no tempo, envelhecido. Pelo contrário: está melhor que nunca e recomenda-se. É bom saber que ainda há lugares assim, de confiança e que perduram para sempre.

1 comentário:

  1. Que saudades do Mucaba! Não sabia que já tinha fehcado. É bom recordar!

    Abraço
    Zé Diogo

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